O diagnóstico precoce, o tratamento adequado e o acompanhamento médico de algumas doenças podem evitar a morte, deficiências e proporcionar melhor qualidade de vida aos recém-nascido. Desta forma, a Triagem Neonatal identifica algumas destas condições. De acordo com o Ministério da Saúde, o termo triagem origina-se do vocábulo francês triage, que significa seleção.
Assim, em saúde pública, triar significa identificar, em uma população assintomática, os indivíduos que estão sob risco de desenvolver determinada doença ou distúrbio e que se beneficiariam de investigação adicional, ação preventiva ou terapêutica imediatas. Ou seja, o procedimento de triagem deve ser capaz de alterar a história natural da doença em uma parcela significativa da população. A partir da identificação por testes específicos, pode-se iniciar o tratamento adequado visando minimizar riscos ou complicações advindas da condição identificada na população com idade de 0 a 28 dias de vida. Entre os distúrbios é possível citar os auditivos, oculares, cardíacos, dentre outros.
Para conhecer mais sobre esse tema, no post de hoje vamos entender mais sobre o que é a triagem neonatal e ver os principais testes, tais como coraçãozinho, linguinha e pezinho.
O que é Triagem Neonatal?
A triagem neonatal é uma ação preventiva de grande importância na busca da identificação de risco aumentado para o desenvolvimento de doenças raras de manifestação precoce e tratáveis em recém-nascidos assintomáticos (sem sintomas) promovida pelo Ministério da Saúde.
A Classificação da Triagem Neonatal (TNN) é:
- Biológica: teste do Pezinho;
- Não Biológica: triagem ocular, auditiva e cardiológica.
Durante os primeiros dias de vida, todos os bebês brasileiros devem realizar pelo menos quatro testes de triagem neonatal:
– teste do pezinho básico;
– teste do olhinho;
– teste da orelhinha;
– teste do coraçãozinho.
Há ainda outros testes neonatais complementares que podem ser realizados logo após o nascimento, tais como o teste da linguinha.
Os resultados destes exames proporcionam um diagnóstico precoce e o tratamento destas doenças, podendo ser iniciado antes do início dos sinais e sintomas, reduzindo ou evitando as sequelas associadas às doenças e, até mesmo, o óbito.
Teste do Pezinho
No Brasil, mais de 80% dos nascidos fazem o Teste do Pezinho. O Sistema Único de Saúde (SUS) faz 2,4 milhões de exames por ano em mais de 28 mil locais, entre maternidades e Unidades Básicas de Saúde.
O teste do pezinho é coletado a partir do 3º dia de vida do bebê, para não gerar resultados falsos negativos para Fenilcetonúria e resultados falsos positivos para Hipotiroidismo Congênito, conforme explica a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.
Atualmente, o teste do pezinho realizado pelo SUS no estado de São Paulo engloba seis doenças. São elas:
– hipotireoidismo congênito;
– fenilcetonúria;
– anemia falciforme;
– fibrose cística (também conhecida como mucoviscidose);
– hiperplasia adrenal congênita;
– deficiência de biotinidase.
De acordo com a nova Lei 14.154/21, em breve o exame oferecido pelo SUS englobará 14 grupos de doenças, identificando 53 tipos diferentes de enfermidades e condições especiais de saúde. A implementação dessa ampliação será feita em fases, de forma escalonada e caberá ao Ministério da Saúde estabelecer os prazos para implementação de cada etapa do processo, ainda não definida.
Por hora, existem opções mais completas do Teste do Pezinho no particular, envolvendo até doenças imunológicas graves (SCID e AGAMA).
Teste da Orelhinha
De acordo com o Ministério da Saúde, o Teste da Orelhinha ou Triagem Auditiva Neonatal é um exame importante para detectar se o recém-nascido tem problemas de audição.
Após a sua realização, e em caso de resultado positivo, é possível iniciar o diagnóstico e o tratamento das alterações auditivas precocemente.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o exame é feito ainda no hospital, com o nenê dormindo, a partir de 48 horas de vida. Ele leva de 5 a 10 minutos para ser concluído. No caso de suspeita de alguma anormalidade, o neném será encaminhado para uma avaliação otológica e audiológica completa.
Teste do Coraçãozinho
De acordo com a Sociedade Mineira de Pediatria, a Oximetria de Pulso, mais popularmente conhecido como Teste do Coraçãozinho, foi incorporado aos testes de triagem em neonatais do Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014.
O Teste do Coraçãozinho é um exame simples e capaz de detectar precocemente a hipoxemia que caracteriza as cardiopatias críticas, antecipando as intervenções médicas necessárias e, muitas vezes, evitando o óbito no primeiro mês de vida.
O Teste do Coraçãozinho deve ser feito pelo pediatra, antes da alta hospitalar, entre 24 e 48 horas de vida. O Teste do Coraçãozinho é realizado com um aparelho, o oxímetro, para medir a oxigenação do sangue na mão e no pé do bebê. Os estudos sugerem que um período de observação entre um e três minutos são suficientes para realização do teste.
Teste do Olhinho
A SBP explica que o Teste do Olhinho é um exame simples, rápido e indolor realizado pelo pediatra. Consiste na identificação de um reflexo vermelho, que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. O fenômeno é semelhante ao observado nas fotografias.
Para que este reflexo possa ser visto, é necessário que o eixo óptico esteja livre, isto é, sem nenhum obstáculo à entrada e à saída de luz pela pupila. Isso significa que a criança não tem nenhum obstáculo ao desenvolvimento da sua visão.
Assim, o Teste do Olhinho pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, como catarata, glaucoma congênito e outros problemas. E essa identificação precoce pode possibilitar o tratamento no tempo certo e o desenvolvimento normal da visão. Essa avaliação continua sendo feitas nas consultas de seguimento com o pediatra.
Teste da Linguinha
O exame Teste da Linguinha tem o objetivo de identificar precocemente a anquiloglossia em recém-nascidos, realizada pelo exame físico.
O que é isso? É uma anomalia congênita que se caracteriza por um frênulo lingual anormalmente curto e espesso ou delgado, que pode restringir em diferentes graus os movimentos da língua, famosa “língua presa”.
A anquiloglossia tem sido apontada como um dos fatores que podem interferir negativamente na amamentação, conforme pontua o Ministério da Saúde.Essa avaliação é realizada entre 24h e 48h de vida do recém-nascido.
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Dra. Bianca Furlan Fernandes – CRM 169052