As alergias alimentares estão, cada vez mais, sendo debatidas entre os profissionais de saúde, as famílias e com informações vinculadas pela imprensa. Porém, nem toda alergia alimentar tem componente genético. Obviamente que pode haver o componente genético envolvido no desenvolvimento da alergia, mas ele não é o único determinante para ela acontecer. Em outras palavras, pais alérgicos, de fato, têm mais chances de terem filhos alérgicos, mas também é comum que pais sem alergia alguma tenham filhos alérgicos.
Para conhecer mais sobre esse tema, no post de hoje vamos entender o que são alergias alimentares em crianças e ver como descobrir se o seu filho tem alguma.
O que são as Alergias Alimentares?
Antes de falarmos sobre como descobrir se o seu filho ou sua filha tem alguma alergia alimentar, é importante entender, afinal, o que são as alergias alimentares.
Uma alergia alimentar é uma reação alérgica a um determinado alimento.
Por exemplo, durante a amamentação, é possível que a criança apresente reações alérgicas às proteínas alimentares ingeridas pela mãe e transmitidas pelo leite materno desde os primeiros meses de vida, conforme explica a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). As alergias podem subdividas pela sua manifestação e mecanismo imunológico: IgE mediadas – rápidas, com sintomas até 2 horas após o contato, não IgE mediada – crônica, ou mista, podendo ter os dois componentes.
As manifestações mais comuns são as alergias não IgE mediadas gastrointestinais (cólicas fortes, sangue nas fezes, diarréia, baixo ganho de peso, refluxo, entre outros), mas há casos de reações cutâneas, tais como urticárias e a piora da dermatite atópica em crianças mais sensíveis. Assim, a exclusão dos alimentos responsáveis da dieta materna geralmente leva ao retrocesso destes sintomas.
Os principais alimentos que podem desencadear alergias alimentares são:
- Leite de vaca – sendo este o mais comum;
- Grãos de soja;
- Ovos;
- Trigo;
- Nozes;
- Amendoins;
- Mariscos;
Alergias alimentares X Intolerância alimentar: principais diferenças
É importante lembrar que alergia e intolerância alimentar são coisas distintas, apesar de alguns sintomas poderem ser parecidos.
De acordo com a Universidade Federal de Minas Gerais, as reações não tóxicas podem ser classificadas em não imunomediadas (intolerância alimentar) ou imunomediadas (hipersensibilidade alimentar ou alergia alimentar). No caso da alergia, ocorre uma reação anormal do sistema imunológico, que detectada o alimento como um corpo estranho e produz anticorpos e lesão.
Já a intolerância é a dificuldade do corpo em digerir ou absorver algum nutriente, geralmente devido à falta de alguma enzima, que são responsáveis pela digestão e processamento dos alimentos. Tal fato leva acúmulo intestinal dessa molécula, levando a fermentação e sintomas – não há lesão.
Principais sintomas de alergias alimentares
Os sintomas das alergias alimentares podem ser:
- Sintomas gastrointestinais (por exemplo, dores estomacais, diarreia, náusea, vômitos);
- Leve sibilo ou tosse;
- Prurido ou formigamento na boca, lábios ou garganta;
- Fadiga;
- Urticária (erupções/urticária);
- Retardo no desenvolvimento ;
- Edema facial (inchaço);
- Sensação de calor ou frio extremo;
- Aparência pálida ou enrubescida;
- Dispneia (isto é, respiração difícil ou com esforço);
- Tosse/asfixia;
- Lábios muito pálidos/cianóticos;
- Incapacidade de responder;
- Colapso circulatório.
Alergias alimentares: como descobrir se meu filho tem alguma?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, 3% das crianças têm algum tipo de alergia alimentar, mas esse número pode ser bem maior, já que nem todos os casos são diagnosticados corretamente.
O Portal Alergia Alimentar do Brasil destaca que é importante lembrar que existem alguns exames que podem auxiliar no diagnóstico de alergias alimentares. Porém, isoladamente, eles não confirmam a alergia. Testes positivos, sozinhos, não confirmam a alergia alimentar, assim como testes negativos não excluem a alergia alimentar. Os exames devem ser avaliados por um médico especialista. Lembrando que os exames dependerão do tipo de alergia suspeitada, sendo assim, cada tipo de alergia terá uma indicação de investigação.
Alguns exames que podem auxiliar no diagnóstico de alergias alimentares:
- Teste de provocação oral (TPO):considerado o teste clínico para diagnóstico de alergias do tipo não IgE mediada, consiste na exclusão de proteínas alimentares (do próprio paciente ou mãe em amamentação) suspeitas por período orientado pelo médico, seguido de retorno do consumo para avaliar retorno ou piora dos sintomas suspeitos, confirmando a alergia;
- Teste cutâneo (prick teste):teste rápido e simples feito com pequenas quantidades de extrato de alimento que são colocadas sobre a pele. Usado nas alergias IgE mediadas e, eventualmente, nas alergias mistas.
- Exame de sangue (dosagem de IgE específica):exame realizado por meio de coleta de amostra de sangue para medição da presença de IgE específica para alimento(s), geralmente utilizado em casos em que há suspeita de alergias mediadas por IgE.
- Endoscopia digestiva alta e colonoscopia com biópsia:exames que envolvem a introdução de um tubo (endoscópio) que tem uma câmera que permite a visualização das mucosas gastrointestinais e podem ser indicados na suspeita de algumas doenças (celíaca, eosinofílicas, inflamatórias e outras).
Alergias alimentares no bebê
A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) explica um pouco mais sobre as alergias alimentares em bebês que estão em amamentação exclusiva. Nesta situação, é possível que o bebê apresente reações alérgicas às proteínas alimentares ingeridas pela mãe e veiculadas pelo leite materno.
Os sintomas mais comuns são as gastrointestinais (cólicas exacerbadas, sangue nas fezes), mas há casos de reações cutâneas (urticárias, piora da dermatite atópica) em bebês mais sensíveis. A exclusão dos alimentos responsáveis da dieta materna geralmente leva à remissão dos sintomas.
No geral, leite e soja respondem por cerca de 90% dos casos e, em menor quantidade, ovo e trigo podem ser a causa das reações. Porém, é importante lembrar que a exclusão de qualquer alimento da dieta da mãe deve ser muito bem monitorada para que não haja prejuízos nutricionais para ela e seu bebê.
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Dra. Bianca Furlan Fernandes – CRM 169052