Doença do Refluxo Gastroesofágico em crianças

Doença do Refluxo Gastroesofágico em crianças

A Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) em crianças é uma condição na qual o conteúdo ácido do estômago retorna para o esôfago, causando sintomas desconfortáveis. Embora seja comum em bebês e crianças pequenas, a DRGE pode ocorrer em qualquer idade e pode ser desafiadora para pais e cuidadores.

 

No post de hoje vamos entender o que é a Doença do Refluxo Gastroesofágico em crianças, os principais sintomas e os cuidados e tratamentos dessa doença.

 

Doença do Refluxo Gastroesofágico em crianças: o que é?

É importante entender a diferença entre o refluxo gastroesofágico (RGE) comum e a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o refluxo gastroesofágico (RGE) é o movimento do conteúdo estomacal de volta ao esôfago, podendo ou não resultar em regurgitações e vômitos.

 

Ou seja, trata-se de um fenômeno comum, especialmente entre os bebês e, na grande maioria das vezes, se resolve naturalmente antes de completarem um ano de idade.

 

Em recém-nascidos e crianças, assim como em adolescentes e adultos, o RGE pode acontecer várias vezes ao dia sem causar nenhum sintoma, sendo parte do processo digestivo normal.

 

Geralmente, o refluxo fisiológico em bebês começa a manifestar-se após a primeira semana de vida e raramente se inicia depois dos seis meses. O RGE é a principal condição que afeta o esôfago e é um dos motivos mais comuns de visitas aos consultórios de pediatria e gastroenterologia pediátrica. Geralmente chamamos esse bebê com refluxo fisiológico de “vomitador feliz”.

 

Quando o refluxo gera sintomas ou complicações, levando a desconfortos e impactando a qualidade de vida, ele é classificado como doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).

 

Quais são os sinais e sintomas da Doença do Refluxo Gastroesofágico em crianças?

A Doença do Refluxo Gastroesofágico em crianças pode apresentar uma variedade de sinais e sintomas, que podem variar de leve a grave. Os sinais e sintomas da Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) em crianças também variam conforme a idade, incluindo (fonte: Manual MSD):

  • Bebês: Podem apresentar vômitos, cuspir frequentemente e, em casos de vômitos intensos, podem não ganhar peso adequadamente. Se o ácido gástrico atingir a garganta e descer pela traqueia, pode causar tosse e sibilos.
  • Crianças: Os sintomas comuns incluem dor torácica e abdominal. Algumas crianças podem também experimentar azia, que é uma dor em queimação no peito.
  • Adolescentes: A azia é o sintoma mais comum, caracterizada por uma sensação de queimação no peito devido ao ácido que retorna ao esôfago.

 

Estes sintomas são indicativos de que o conteúdo estomacal está retornando ao esôfago, podendo irritar e, em alguns casos, danificar o revestimento esofágico.

 

Quais são as causas e fatores de risco da Doença do Refluxo Gastroesofágico em crianças?

As causas e fatores de risco da Doença do Refluxo Gastroesofágico em crianças podem variar, e frequentemente envolvem uma combinação de fatores. Algumas das causas e fatores de risco mais comuns incluem:

  • Imaturidade do sistema digestivo: Em bebês e crianças pequenas, o sistema digestivo ainda está em desenvolvimento, o que pode facilitar o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago.
  • Disfunção do esfíncter esofágico inferior (EEI): O EEI é uma estrutura muscular na junção entre o esôfago e o estômago, que se fecha para evitar o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. Quando o EEI não funciona corretamente, o refluxo pode ocorrer mais facilmente.
  • Hérnia de hiato: Uma hérnia de hiato, na qual parte do estômago se projeta para cima através do diafragma, pode aumentar o risco de DRGE em crianças.
  • Alimentação inadequada: Alimentar a criança em posições inadequadas, como deitada ou de cabeça baixa, pode aumentar o risco de refluxo.
  • Dieta: Certos alimentos, como alimentos ácidos, picantes, gordurosos ou cítricos, podem aumentar o risco de refluxo em algumas crianças.
  • Obesidade: O excesso de peso pode aumentar a pressão sobre o estômago, facilitando o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago.
  • Asma ou outras condições respiratórias: Condições que afetam as vias respiratórias, como asma, podem aumentar o risco de DRGE em crianças, pois a tosse crônica associada a essas condições pode enfraquecer o EEI e aumentar o refluxo.
  • Tabagismo passivo: A exposição ao fumo passivo pode aumentar o risco de DRGE em crianças, pois pode enfraquecer o EEI e aumentar o refluxo.

 

É importante ressaltar que nem todas as crianças expostas a esses fatores de risco desenvolverão DRGE, e que a presença de um ou mais desses fatores não é necessariamente indicativa de DRGE. O diagnóstico e manejo da condição devem ser realizados por um profissional de saúde qualificado.

 

Cuidados e tratamentos para a DRGE em crianças

O cuidado e tratamento da Doença do Refluxo Gastroesofágico em crianças visam aliviar os sintomas, reduzir o refluxo ácido e prevenir complicações. Aqui estão algumas medidas comuns de cuidado e tratamento:

  • Modificação da dieta: Evitar alimentos que possam desencadear o refluxo, como alimentos ácidos, picantes, gordurosos ou cítricos. Além disso, alimentar a criança em posições mais verticais e evitar alimentações muito grandes ou muito rápidas pode ajudar a reduzir o refluxo.
  • Medidas de estilo de vida: Manter o bebê ou a criança em posição vertical após as refeições por pelo menos 30 minutos, elevar a cabeceira do berço durante o sono, evitar roupas apertadas ao redor da cintura e evitar fumar em ambientes próximos à criança.
  • Medicamentos: Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para reduzir a produção de ácido estomacal ou aumentar tempo de esvaziamento do estômago. Esses medicamentos podem incluir inibidores da bomba de prótons (IBP) ou pró-cinéticos.
  • Suplementação: Em casos de DRGE associada à irritabilidade ou dor, suplementos com substâncias que protegem a mucosa esofágica, como alginato ou sucralfato, podem ser prescritos para ajudar a aliviar os sintomas.
  • Acompanhamento médico regular: Monitoramento da criança pelo pediatra ou especialista em gastroenterologia pediátrica para avaliação e ajuste do tratamento conforme necessário.
  • Intervenção cirúrgica: Em casos graves ou quando o tratamento conservador não é eficaz, podem ser consideradas intervenções cirúrgicas, como a fundoplicatura, para corrigir anormalidades anatômicas ou fortalecer o esfíncter esofágico inferior.

 

É importante compreender que o tratamento da DRGE em crianças deve ser individualizado de acordo com a gravidade dos sintomas, a idade da criança e outros fatores específicos. Os pais devem seguir as recomendações do médico e estar atentos a quaisquer sinais de alerta, como dificuldade para respirar, perda de peso ou recusa persistente em comer e buscar orientação médica imediatamente se esses sintomas ocorrerem.

 

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