Dor abdominal infantil: entenda o problema e tratamento

Dor abdominal infantil: entenda o problema e tratamento

A dor abdominal em crianças é uma preocupação comum entre os pais e cuidadores, pois pode ser indicativa de uma variedade de condições. É importante estar atento aos sinais e sintomas associados a dor abdominal, bem como buscar orientação médica quando necessário para garantir o bem-estar da criança.

 

No post de hoje, vamos entender as possíveis causas da dor abdominal em crianças, quando é hora de procurar o pediatra, como é o diagnóstico e o tratamento.

 

O que são dores abdominais nas crianças?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a queixa de dor abdominal é frequente em consultas pediátricas, tanto em situações de urgência quanto em acompanhamentos de rotina.

 

Na maioria dos casos, essas dores são de natureza funcional, ou seja, do funcionamento do corpo e não doença,  indicando condições benignas. No entanto, elas também podem estar associadas a problemas graves, tanto agudos, que exigem atenção imediata para preservar a vida da criança, quanto crônicos, que são capazes de desencadear complicações significativas.

 

Assim, a investigação da dor abdominal nos pequenos abarca diversas possibilidades, incluindo tanto as condições orgânicas, agudas e crônicas, quanto os problemas gastrointestinais funcionais, que muitas vezes estão ligados a fatores emocionais como ansiedade e estresse.

 

Quais são as causas das dores abdominais recorrentes em crianças?

Como foi visto, as dores abdominais recorrentes em crianças podem ter uma variedade de causas, algumas das quais podem ser mais benignas, enquanto outras podem ser mais graves.

 

Algumas das causas mais comuns de dores abdominais recorrentes em crianças incluem:

  • Cólicas abdominais: Muito comuns em bebês, as cólicas abdominais podem causar desconforto e dor intermitente no abdômen.
  • Intolerâncias alimentares: Intolerâncias a certos alimentos, como lactose ou glúten, podem causar dores abdominais recorrentes em algumas crianças.
  • Constipação crônica: A constipação persistente pode levar a dores abdominais devido ao acúmulo de fezes no intestino.
  • Infecções gastrointestinais: Infecções virais ou bacterianas, como gastroenterite, podem causar dores abdominais recorrentes, juntamente com sintomas como náuseas, vômitos e diarreia.
  • Síndrome do intestino irritável (SII): Embora menos comum em crianças, a SII pode causar dores abdominais recorrentes, bem como mudanças nos hábitos intestinais, como diarreia ou constipação.
  • Apendicite: Em alguns casos, a apendicite pode se manifestar como dores abdominais recorrentes ao longo do tempo, antes de se tornar uma emergência médica aguda.
  • Doenças inflamatórias intestinais: Condições como a doença de Crohn ou a retocolite ulcerativa podem causar dores abdominais crônicas e recorrentes em crianças.
  • Stress e ansiedade: Crianças que lidam com estresse emocional ou ansiedade podem manifestar dores abdominais como resultado de tensão muscular ou alterações no funcionamento gastrointestinal.
  • Hérnia umbilical ou inguinal: Hérnias abdominais podem causar dores recorrentes, especialmente durante atividades físicas ou ao levantar objetos pesados.

 

Essas são apenas algumas das causas potenciais que podem causar dor abdominal recorrente em crianças. É importante consultar um pediatra para avaliar a criança e determinar a causa subjacente da dor abdominal, especialmente se ela for persistente, grave ou associada a outros sintomas preocupantes.

 

Afinal, quando é hora de procurar um pediatra?

É importante lembrar que aquilo que chamamos, genericamente, de abdômen, na verdade é uma região que carrega diversos órgãos dentro dele. Assim, as dores abdominais têm diversas localizações, dependendo do órgão acometido.

 

Quando as dores abdominais acometem as crianças, é importante reconhecer quando buscar ajuda médica. Essas dores podem variar desde casos facilmente tratáveis com medicamentos orais ou ajustes na alimentação até condições que demandam intervenção cirúrgica.

 

A Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) divulgou algumas diretrizes e sinais de alerta essenciais para auxiliar os responsáveis a tomar decisões informadas.

 

É importante lembrar que identificar a natureza da dor pode ser particularmente desafiador em crianças menores, que muitas vezes não conseguem descrever adequadamente a duração, intensidade e localização exata da dor.

 

Por isso, é crucial estar atento a outros indicativos, como alterações nas fezes, cólicas, vômitos, presença de sangue nas fezes ou quaisquer mudanças significativas no bem-estar da criança.

 

Em situações de dores que surgem abruptamente e são intensas, é vital buscar atendimento emergencial. Dores que escalam rapidamente em intensidade podem indicar condições urgentes, necessitando de exames detalhados para um diagnóstico preciso.

 

Existem sinais de alerta que não devem ser ignorados e requerem avaliação médica imediata. Dentre estes, destacam-se alterações no estado geral da criança, taquicardia, vômitos persistentes, sangue nas fezes e dores agudas.

 

É importante lembrar que as condições que levam a dores abdominais e podem necessitar de cirurgia variam com a idade da criança. Nos primeiros anos de vida, problemas como invaginação intestinal e estenose hipertrófica do piloro são mais comuns, enquanto crianças maiores e adolescentes podem apresentar apendicite e outras condições similares aos adultos.

 

O tratamento dessas condições deve ser iniciado o quanto antes para evitar complicações, especialmente em casos que requerem intervenção cirúrgica. Assim, os responsáveis devem levar a sério qualquer sintoma ou sinal e procurar atendimento médico emergencial quando necessário.

 

Contudo, é importante que os pais saibam que nem todas as dores abdominais indicam problemas que demandam cirurgia. Em alguns casos, tratamentos menos complexos, como o uso de medicamentos orais ou mudanças na dieta podem ser suficientes. Para prevenir tais dores, recomenda-se que as crianças mantenham uma alimentação equilibrada, um peso saudável para sua idade e façam consultas regulares ao pediatra.

(fonte: Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas).

 

Como é feito o diagnóstico da dor abdominal em crianças?

O diagnóstico da dor abdominal em crianças pode ser um processo complexo que requer uma abordagem cuidadosa e abrangente. Aqui estão alguns passos que podem ser seguidos para diagnosticar a dor abdominal:

  • História clínica: Coleta de informações detalhadas sobre a dor abdominal, incluindo duração, localização e sintomas associados.
  • Exame físico: Avaliação do abdômen em busca de sensibilidade, inchaço e outras anormalidades.
  • Exames laboratoriais: Realização de exames de sangue, urina e fezes para detectar infecções, inflamação e outras anormalidades.
  • Exames de imagem: Realização de ultrassonografia, radiografia ou tomografia computadorizada para avaliar a estrutura dos órgãos abdominais.
  • Exames específicos: Realização de endoscopia, colonoscopia ou outros exames específicos para diagnosticar condições gastrointestinais.

 

Cada um desses passos é importante para uma avaliação completa da dor abdominal e para determinar a causa subjacente.

 

Como é o tratamento para a dor abdominal infantil?

O tratamento para a dor abdominal em crianças depende dos sintomas apresentados. Em alguns casos mais simples, mudanças na dieta e repouso podem ser o suficiente. Medicamentos analgésicos ou antiespasmódicos podem ser prescritos, mas é essencial buscar orientação profissional, pois o uso inadequado pode agravar o problema ou mascarar os sintomas.

 

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