Com a chegada de um recém-nascido, junto com todas as alegrias que um bebezinho traz para a família, vem alguns medos. E um deles é aquela “fase do refluxo” que pode trazer diversos medos e angústias para os pais. “Será que é normal?”, “Será que meu bebê está ganhando peso?”, “É a doença do refluxo?”: essas são apenas algumas das perguntas que passam pela cabeça da mamãe e do papai. Para conhecer mais sobre esse tema, no post de hoje vamos entender mais a diferença entre refluxo fisiológico e refluxo patológico em bebês e ver as principais formas de diagnóstico.
Afinal, o que é o refluxo do bebê?
Vimos em outro post que, de acordo com o Portal Alô Mãe da Prefeitura de São Paulo, o refluxo do bebê, na verdade, tem o nome de refluxo gastroesofágico. É o retorno involuntário e repetitivo do conteúdo do estômago para o esôfago.
No caso do recém-nascido é o retorno imediato do leite através da boca e, algumas vezes, pelo nariz.
Apesar desta espécie de “vômito do bebê” preocupar muitas famílias, é importante entender que é um processo bem normal. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é comum que bebês sofram com refluxo, pois no seu primeiro ano de vida o sistema digestivo ainda está em desenvolvimento (sistema digestivo ainda imaturo) e, por isso, não consegue executar todas as funções com perfeição.
Além disso, o Portal Fiocruz reforça que essa é uma situação bem comum nos primeiros meses de vida. No geral, acontecem duas ou mais vezes por dia em quase metade das crianças até os dois meses. A melhora espontânea está relacionada ao crescimento e desenvolvimento do bebê.
Porém, é preciso entender que há diferenças entre o refluxo fisiológico (que passa com o amadurecimento do sistema gastroesofágico do bebê) e o refluxo patológico. Vamos entender mais quais são essas diferenças?
Refluxo fisiológico: as famosas golfadas do bebê
O refluxo gastroesofágico (RGE) afeta cerca de 60% dos lactentes, iniciando-se por volta de 8 semanas de vida e se intensificando dos 2 aos 4 meses. Em 95% dos casos essa questão se resolve até o primeiro ano de vida.
Como vimos anteriormente, é um processo fisiológico normal e autolimitado, que se caracteriza pelo retorno de conteúdo gástrico para esôfago e algumas vezes para vias aéreas superiores, conforme explica o Portal PebMed.
O Portal PebMed ainda lembra que os bebês saudáveis podem chegar a apresentar várias vezes ao dia episódios de RGE com duração menor que 3 minutos, sem que haja prejuízo no sono ou algum incômodo. Assim, de acordo com o Hospital Einstein, o refluxo fisiológico no bebê é bastante comum porque eles se alimentam várias vezes ao dia com dieta líquida e passam grande parte do tempo deitados. Por isso, podem acontecer regurgitações, mas o bebê permanece tranquilo, em bom estado geral e consegue se alimentar novamente sem dificuldades. Ou seja, são os “vomitadores felizes”.
Refluxo patológico: quando o refluxo pode ser doença
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o refluxo se torna doença quando começa a atrapalhar o crescimento e o desenvolvimento normal da criança ou quando piora a qualidade de vida do bebê.
Assim, nestas situações, o refluxo patológico está relacionado com:
- perda de peso ou ainda dificuldades para ganho de peso;
- choro;
- irritabilidade;
- recusa alimentar;
- anemia;
- vômitos com sangue.
Todos esses sinais podem ser sintomas de refluxo-doença. Isso acontece porque o ácido que volta do estômago está vencendo os mecanismos de defesa e está fazendo mal para o esôfago ou provocando alguma lesão e desencadeando os sintomas.
Assim, a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) se manifesta de forma mais agressiva levando a vômitos intensos. Alguns grupos de pacientes encontram-se sobre maior risco de desenvolver a DRGE, tais como: prematuros, obesos, broncodisplásicos, neuropatas, pacientes com alergia a proteína do leite de vaca, além de pacientes com fibrose cística e malformações gastrointestinais (fonte: Portal PebMed).
Refluxo patológico: como fazer o diagnóstico?
Na maior parte dos quadros no bebê e na criança, exames complementares não são mandatórios, exceto se houver alguns sinais de alerta logo no início que justifique investigação imediata.
Para o diagnóstico da DRGE, o Portal PebMed explica que, para além dos sintomas clínicos e do exame físico, podem ser utilizadas a:
- Endoscopia, que identifica os casos de esofagite;
- PHmetria;
- Exame radiológico contrastado do esôfago, estômago e duodeno, que é útil para detectar anormalidades anatômicas como volvo, hérnias e estenoses,
- USG abdominal, que mesmo com baixa sensibilidade pode fazer o diagnóstico de estenose hipertrófica de piloro e má rotação intestinal;
- Dentre outros métodos.
A SBP explica que se a doença do refluxo gastroesofágico se confirmar, o tratamento deverá feito com medicações que aliviem as dores, diminuindo a produção do ácido e cicatrizando o que está inflamado. Porém, cada criança deverá ser avaliada pelo seu pediatra, pois há diferentes tipo de tratamento e de resposta.
Assim, o tratamento do refluxo depende da idade e dos sintomas da criança. Além disso, raramente o refluxo não desaparece após o uso de medicamentos e é tão grave que os médicos precisam recomendar a cirurgia. Nestes casos mais raros e extremos, o procedimento cirúrgico mais comum é uma fundoplicatura (fonte: MSD Manuals).
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Dra. Bianca Furlan Fernandes – CRM 169052